CULTURA HIP HOP

O hip hop emergiu em meados da década de 1970 nos subúrbios negros e latinos de Nova Iorque. Estes subúrbios, verdadeiros guetos, enfrentavam diversos problemas de ordem social como pobreza, violência, racismo, tráfico de drogas, carência de infraestrutura e de educação, entre outros. A etimologia do termo vem da união de duas palavras do inglês: “hip”, que significa algo atual, que está acontecendo no momento, e “hop”, que faz referência ao movimento da dança. Desde seu início, o hip-hop marcou seu espaço por promover uma cultura de postura contestadora, original e com rimas afiadas. Nos anos 2000, as fortes batidas do gênero ganharam a contribuição do ritmo cadenciado do R&B, além das harmonias vocais e das letras apaixonadas do pop.

Na década de 90, os Estados Unidos viram a ascensão de Tupac como um dos – se não, o – melhores rappers da história, e sua trajetória teve e ainda tem grande influência na NBA. O rap virou a trilha sonora do basquete, fazendo com que o mundo conhecesse o movimento hip-hop e a cultura urbana.

Tupac Amaru Shakur nasceu em Nova York, no seio de uma família de ativistas sociais. A mãe, Afeni Shakur, por exemplo, foi integrante do Partidos dos Panteras Negras. Desde novo, o rapper vivenciou o segregacionismo e o racismo que acomete a população negra, e isso foi refletido nas músicas, que logo ganharam sucesso ao retratar o cotidiano das ruas. Quando já rumava para o sucesso, Tupac sofreu uma emboscada e foi alvo de tiros: o cantor acusou o seu amigo Christopher George Latore Wallace, mais conhecido como The Notorious Big, outro grande rapper da época. A partir daí, a rivalidade entre os dois aumentou, dividindo o rap americano entre a costa leste e a costa oeste. O final foi trágico para ambos: os dois foram assassinados em crimes similares, e os mandantes dos crimes seguem desconhecidos.

Os reinados de Tupac e Big tiveram grande influência na NBA. Os atletas que vieram de origens semelhantes às dos rappers passaram a entrar cada vez mais no universo do rap. Além disso, o hip-hop fez os jogadores terem orgulho do estilo de se vestir, do corte de cabelo, dos adereços – substituindo o padrão estético socialmente aceito e imposto pelos brancos.

A imprensa norte-americana tentava a todo custo criminalizar o hip-hop, em uma lógica parecida com a que o samba sofreu no Brasil. O estigma do homem negro violento era muito presente em cada discurso divulgado na mídia e toda briga na NBA era atrelada à influência do rap. Mas esqueciam – propositalmente ou não – do caráter inquestionavelmente salvador da cultura negra e do basquete.

O elo entre hip-hop e basquete nunca foi solto, mesmo nos momentos mais difíceis. Hoje vemos uma proximidade ainda maior entre os dois mundos, com jogadores se tornando rapper, e rappers se tornando proprietários de franquias. Uma ligação em conjunto com o intuito de colocar os pretos no topo, mas sem nunca esquecer das origens e do que os move à excelência.

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